[NFL:FRANCHISE] BUFFALO BILLS

Todo ano a NFL (National Football League) organiza um evento chamado Draft, que é como se fosse a formatura da faculdade acoplada a uma feira de empregos, onde a maioria ali vão ser escolhidos pelo empregador. Não deu para entender nada? Ok, então venha comigo.

Diferentemente do nosso futebol, onde cada time tem uma categoria de base e ela revela seus futuros jogadores (ou pelo menos deveria), as 32 equipes da NFL não têm nada disso. Então, de onde vêm os jogadores? Das universidades.

O mundo do futebol sabia do Neymar desde que ele tinha 12 anos e já estava no Santos Futebol Clube. Se Neymar fosse americano e pesasse uns 50 quilos a mais, ele jogaria futebol americano, atuaria pela equipe de sua escola, depois seria desejado por inúmeras universidades e jogaria três ou quatro anos por essa instituição, e só depois iria para o profissional, com 21 ou 22 anos.


O Draft este ano acontece de 28 a 30 de abril.

Quais os benefícios disso? Além da educação que ele recebe a mais, na universidade ele teria uma estrutura sensacional e um corpo de treinadores especializado em desenvolver talentos. Assim o jogador chega mais pronto à liga para jogar um esporte que exige absurdos do corpo e também de conhecimento tático. Além disso, o esporte universitário nos Estados Unidos leva milhares e milhares ao estádio e é transmitido em rede nacional e até para outros países. Brasil incluso.

Muito bem, agora Neymar está formado e pode entrar na NFL. Ele vai para o time que quer? Não.

O Draft foi a forma criada para, além de colocar os jogadores universitários na liga, também fortalecer as equipes mais fracas. Usando a classificação da temporada anterior, o pior time vai escolher em primeiro o jogador que mais considerar adequado, à frente de todo mundo. E aí ele pode escolher o melhor jogador disponível ou então um jogador que seja muito necessário para uma posição. Um time pode ter um jogador bom para a posição do “Neymar americano” e prefere escolher um defensor, por exemplo.

Nesta edição de 2016, o Miami Dolphins, que venceu apenas três partidas das 16 disputadas na temporada 2015/16, escolhe em primeiro. Já o Arizona Cardinals, campeão do Super Bowl, escolhe por último na primeira rodada. E assim é por sete rodadas. É permitido que as equipes troquem essas escolhas no Draft em negociações por jogadores, por isso não necessariamente todas as equipes escolhem sete vezes. Para esta edição, diversos jogadores podem ser escolhidos em primeiro e os Titans estão escondendo o jogo. Jalen Ramsey da universidade Florida State (cornernack) e Laremy Tunsil da Universidade de Mississippi (offensive tackle) são os grandes candidatos.

Muito bem, aí a pergunta mais normal que surge é: e se o Neymar não quiser jogar no Tennessee Titans porque a equipe é ruim e está em Nashville e ele quer jogar em Los Angeles porque acredita que os Rams são melhores e é LOS ANGELES.

Isso é raro de acontecer. Primeiro porque o Draft é algo cultural do esporte americano. E o jogador bom quer mais é chegar como o salvador da pátria e ser o dono da bola na nova equipe. Além disso, por causa do teto salarial que existe na NFL – as equipes só têm um tanto para gastar com salários, outra medida para equilibrar o jogo – é bom que esse jogador vá para um time sem muitas estrelas porque seu pagamento será o maior no decorrer da carreira. Se o Neymar fosse para o Barcelona da NFL, a equipe não teria como pagar bem para o Messi, Suárez, Iniesta e ele sem estourar o teto.

Peyton Manning, escolhido o jogador mais valioso (MVP) da NFL por 5 vezes, foi escolhido em primeiro pelo Indianpolis Colts em 1998. Poucas temporadas depois, ele carregou a equipe que tinha sido a pior da liga para o Super Bowl. Isso poderia acontecer com o Joinville caso existisse um Draft no futebol Brasileiro (e nada de rebaixamento).